quarta-feira, 17 de março de 2010

PLANO DE AÇÃO - DE 22/02 ATÉ 19/03

II – Semanas: 22/02 até 19/03
Tema gerador: UM SER DE CONEXÕES COM O MUNDO E COM O OUTRO
Objetivos:
Apresentar o tema do nosso projeto pedagógico de acordo com o entendimento de cada faixa etária seja a partir de uma história, uma música, poesia ou desenho, etc.;
Valorizar-se enquanto pessoa, se conhecendo e identificando suas características;
Promover situações em que o aluno tenha contato de forma mais precisa com sua própria história de vida, entendendo-se enquanto ser sócio-histórico;
Perceber-se enquanto ser que influencia e contribui para a vida em sociedade nos diferentes grupos em que participa, enfatizando a importância das diferenças e o respeito mútuo;
Identificar situações e posturas que nos caracterizam como uma pessoa que contribui dentro da família e do bairro (cooperação, espírito de equipe);
Conhecer um pouco da história da humanidade, observando que foi  a partir da necessidade  de sobrevivência que o homem buscou formas de lidar com a natureza e transformar o meio ambiente, construindo utensílios, a linguagem e, por conseqüência o que chamamos de civilização;
Identificar situações e posturas que nos caracterizam como uma pessoa que contribui dentro da família e do bairro;
Conhecer a história da Fundação da Cidade do Rio de Janeiro;
Conhecer a história do bairro onde se localiza a escola;
Conhecer a origem do Dia Internacional da Mulher;
Compreender a importância e o papel da mulher na sociedade atual a partir da própria família;
Ter conhecimento sobre a luta das mulheres por igualdade em relação aos homens;
Conhecer a história da nossa escola, seus diferentes espaços e funcionários que trabalham para que a escola possa funcionar e atendê-los cada vez melhor;
Desenvolver o sentimento de cooperação e respeito com os funcionários tentando manter em ordem todos os espaços para que possam ser mais bem aproveitados;
Elaborar em conjunto o quadro da turma: Então, tá combinado! (Após, uma atividade que gere essa discussão de como é importante, para vivermos em grupo, que haja uma “combinação”, um contrato didático entre todos, a fim de que não esqueçamos de conviver respeitando as diferenças e limitações de cada um;
Perceber que a escola é nossa e que a população é que mantem a escola pública através de impostos ,promovendo a conscientização da responsabilidade diante da instituição pública;
Vivenciar na escola atividades que proporcionem a convivência entre todos de forma saudável, através de músicas, debates de reportagens, leituras de textos, poesias, histórias ou mesmo em situações do dia-a-dia que nos façam repensar certas atitudes como a discriminação do sexo oposto, seja a menina ou o menino, a discriminação econômica, a discriminação racial, entendendo que todos temos direito de sermos respeitados como seres humanos.


Enfoques: Eu (Origem do nome) – quem escolheu meu nome, significado do nome, eu gosto ou não do meu nome, se eu fosse menina (o) como me chamaria/ Onde Nasci - local de nascimento. // Família (Diversos tipos de famílias, A relação familiar – cooperação, como contribuo dentro do grupo familiar/ De onde minha família veio/ Como era o dia a dia das famílias antigamente, quais os recursos presentes dentro de uma casa tempos atrás (Havia TV? rádio? celular? telefone?... Se não havia todos os recursos como devia ser a vida das pessoas? Como se comunicavam quando distantes? Como mantinham os alimentos na falta da geladeira? Como esses recursos apareceram na sociedade?) Meu dia-a-dia – hábitos, costumes dos diferentes grupos). As possibilidades que tenho hoje e que não havia antigamente (internet/ celular...) Quais os benefícios dessas invenções? Como o homem tem aproveitado esses recursos? Como eu aproveito esses recursos? Eu tenho acesso a todos esses recursos? Se tenho como aproveitá-los de forma adequada? Compreender que todo recurso (conexão) seja ele diretamente ligado às mídias atuais ou não (bibliotecas, museus, arte...) são possibilidades de relacionar-se com o mundo e com o outro, proporcionando o acesso a informações, a pontos de vista diferentes, a expressões variadas e etc.// Bairro (Onde eu moro) - problemas no bairro, o que eu gosto e não gosto no meu bairro, o que poderia mudar como posso contribuir/ Condições de habitação/ História do meu bairro – História de Madureira. Os serviços que meu bairro oferece, quais as possibilidades de conexão existentes. Problemas e possíveis soluções para o meu bairro – (como eu contribuo) // Rio de Janeiro (História da Fundação da Cidade do Rio de Janeiro, A Participação e a influência do povo indígena na história da fundação Rio de Janeiro e os dias atuais/ A Influência do negro // Dia Internacional da Mulher (08/03) – Origem dessa data/ Dia da Escola - História da Escola IECD e do Carmelinha/ Atitudes na escola: Eu nos diversos locais da escola – recreio, banheiro, sala, refeitório (bullyng, discriminação, higiene do espaço físico e etc.) / Como é a nossa Escola, Qual a escola que eu quero? As funções das pessoas na escola/ Escola pública e particular/ Eu sei onde minha escola fica (bairro, endereço da minha escola, telefone).



Obs.: As turmas maiores podem aprofundar questão da evolução do homem, como ele foi desenvolvendo seu intelecto, formas de expressão, criatividade, aperfeiçoando o próprio corpo, as formas de viver em grupo, de se alimentar, vestir e transformar o meio. Mostrando que durante a história da humanidade o homem vem elaborando formas mais elaboradas de lidar com o mundo, com o outro e com si mesmo.


Recursos e atividades: Atividades que envolvam escrita e leitura: Reportagens; Entrevistas com responsáveis (explorar não apenas a questão histórica, mas também de condições de vida – fazer o paralelo e promover a troca de experiências; Cartas – Enviar carta para a própria casa ou para a escola – Receitas – Caso, os computadores estejam nas salas, podemos montar um blog para que os alunos troquem informações, escrevam sobre determinados assuntos, publiquem desenhos e etc. assim, também estaremos trabalhando o letramento que é uma necessidade primordial de nossas turmas. Elaboração de questionários com as turmas, registros, slogans, cartas, cartazes.
Atividades com formas de expressão diversas: Músicas (Gilberto Gil – Aquele Abraço, Tom Jobin – Samba do Avião, Samba da Portela 2010, Samba da Mocidade Independente de Padre Miguel – Ziriguidum 2001; entre outros); Textos (Poesias, cartas, documentos – certidão de nascimento conta de luz...); Cartas; Certidão de Nascimento e etc.); Pinturas de Artistas que retratam o Rio de Janeiro e etc. Realização de pesquisas; Desenho: Mapas; auto retrato. Uso da Biblioteca, Sala de informática. / Pesquisas. ECA, Declaração Dos Direitos Humanos – Ruth Rocha; Mural “Então, tá combinado!”. Realização de experiências. Atividades com Matemática: cálculos em situações problemas em torno do tema gerador. Dramatização.

PLANO DE AÇÃO - DE 08/02 ATÉ 12/02

I – Semana: 08/02 até 12/02
Tema gerador: CONECTANDO COM O ESPAÇO ESCOLAR
Objetivos:
Apresentar-se à turma, promover a apresentação dos alunos num clima de descontração e amizade;
Estimular a aproximação entre os alunos, professores e funcionários;
Conhecer o espaço físico da sala de aula e a organização desse espaço;
Conhecer a organização do espaço físico da escola e de alguns funcionários com os quais temos mais contato. (funcionárias do refeitório, da limpeza e etc.);
Apresentar à turma a nossa rotina e atividades, ou como você pretende, junto com a turma, organizar as atividades e rotina;
Apresentar o tema do nosso projeto pedagógico de acordo com o entendimento de cada faixa etária seja a partir de uma história, uma música, poesia ou desenho e etc.;
Realizar um breve levantamento sobre a origem do carnaval;
Possibilitar o conhecimento sobre o carnaval ao longo da história no nosso estado, levando-os a perceber  as  mudanças na apresentação da festa, na forma de se brincar carnaval e etc. a partir da expressão criadora e do desenvolvimento tecnológico, unindo a arte à tecnologia.


A primeira semana de aula é marcada pela alegria e às vezes, inquietação diante de novos desafios. Ela é marcada pelo início de novas descobertas. Nunca somos os mesmos, ainda que estejamos num ambiente que já conhecemos e com pessoas que já tivemos contato.
Esse é o momento do reencontro e do contato com o novo. Reencontro de amigos, primeiro contato com novos colegas, com a professora, com a sala, com as mudanças do espaço físico, com os funcionários e além tudo isso, o nosso coração está cheio de expectativas e esperanças diante de uma nova fase que se inicia.
Alguns enfoques: Boas-vindas, Organização das Atividades, Conhecimento do Espaço físico, Conhecimento dos alunos, Socialização e Carnaval.
Recursos e Atividades: Músicas (trabalhar letras de samba – Portela Carnaval 2010/ Mocidade Independente de Padre Miguel – “Ziriguidum 2001, uma odisséia no espaço” (interessante notar que neste samba é citado o nome do filme “Uma odisséia no espaço”. Esse filme se inicia com a imagem de um homem primitivo que ao se defender usa o osso de um animal, caracterizando aí, simbolicamente, como o início das invenções e da capacidade criativa e simbólica inerente ao homem que a partir da arte, da tecnologia e da linguagem, hoje, alcança o universo); Dinâmicas que trabalhem a construção de texto ou modificações dos mesmos (Utilizar a letra do samba da Portela e não colocá-la na íntegra, pedir à turma que juntos completem o texto, após discutir quais foram as motivações que levaram a completar com determinadas palavras, mostrar texto original comparar as diferenças de olhares, caso haja, cantar com a turma, ouvir o cd, pedir que inventem uma fantasia para aquele samba e desenhar); Relatos (Entrevistas – convidando familiares de alguns alunos que participam de alguma escola de samba do nosso bairro e possam contar aos alunos como era o carnaval antigamente); Histórias, Passeios na escola, Lanche coletivo, vídeo, confecção de fantasias e adereços. Trazer um disco de vinil de samba e mostra-lo à turma, explicando como era a vitrola nesta época, trazer fotos de revistas e jornais que possam ilustrar. Ver na turma qual o responsável, que caso tenha algum disco de vinil ou mesmo uma vitrola antiga, possa trazer para a sala e mostrar aos alunos.


BOM RETORNO!

OBJETIVOS - 1º BIMESTRE

INSTITUTO DE EDUCAÇÃO CARMELA DUTRA
ENSINO FUNDAMENTAL

PROJETO PEDAGÓGICO 2010:  CONEXÃO CARMELA

PLANO DE AÇÃO PRIMEIRO BIMESTRE
IDENTIDADE E CONEXÃO

Objetivos do 1º Bimestre:

Apresentar o nosso projeto pedagógico de 2010;
Promover ao educando um conhecimento maior de sua história de vida e de si mesmo, percebendo-se enquanto ser sócio-histórico-cultural, dotado de habilidades, imaginação e possibilidades muitas vezes desconhecidas;
Trabalhar as próprias emoções, os sentimentos e o relacionamento com o outro. Trabalhar também as habilidades, os talentos, sejam através de dinâmicas, histórias, músicas e no dia-a-dia da escola;
Viabilizar atividades que promovam o desafio para solução de situações que necessitem da criatividade, a imaginação, raciocínio;
Promover o trabalho com os sentidos, mostrando que há outras formas de conhecer e aprender;
Observar o quanto cada um tem se permitido o contato com o outro;
Proporcionar a realização de experiências na sala e fora dela para que vivencie alguns conhecimentos antes de serem sistematizados;
Conhecer, reconhecer e valorizar as diferenças, estimulando a troca e a percepção de quanto essas diferenças contribuem para o crescimento de todos e da sociedade;
Conhecer um pouco da história da humanidade, observando que foi através da necessidade que o homem buscou formas de lidar com a natureza e transformar o meio ambiente, construindo utensílios, a linguagem e, por conseqüência o que chamamos de civilização.

PROJETO PEDAGÓGICO 2010 - CONEXÃO CARMELA - III

Revista Veja
Agosto de 2007

Idéias: Kevin Kelly* A tecnologia nos faz melhores

O ensaísta que criou a revista Wiredtem uma reflexão original para esse tema central da vida moderna. Para ele, cada nova ferramenta só cumpre seu papel ao ampliar nossas possibilidades de escolha. Neste ensaio, que servirá de embrião para seu novo livro, What Technology Wants(O que Quer a Tecnologia), Kelly analisa o significado da tecnologia para a existência humana.
A palavra tecnologia sugere objetos. Coisas complexas e feitas de átomos. Locomotivas a vapor, telefones, computadores, substâncias químicas e chips de silício. Quando esse mundo de coisas começou a surgir, séculos atrás, encaramos o fenômeno como uma revolução material, embora todas as mudanças que trazia fossem, na verdade, causadas pelo desenvolvimento da capacidade de utilizar a energia de forma orientada. A magia do material estava no fato de conseguir conservar, transmitir ou exibir energia em pequenas quantidades no momento certo (sinais) ou em explosões sob demanda (quantidade de calor).
Esses objetos perderam recentemente parte de sua massa. Começamos a enxergá-los como ação. Hoje, o termo tecnologia sugere softwares, engenharia genética, realidade virtual, banda larga, formas de vigilância e inteligência artificial. Se uma dessas coisas caísse no seu pé, você não machucaria o dedão. A tecnologia tornou-se uma força. É um verbo, não mais um substantivo. Sua ação mostrou-se tão forte que, agora, percebemos a tecnologia como um superpoder e também como algo que sempre leva a culpa quando uma coisa dá errado. Na realidade, a tecnologia é matéria, é força e é muito mais. É tudo o que criamos: literatura, pintura, música. Bibliotecas são tecnologias. Como também o são os registros contábeis, a legislação civil, os calendários, as instituições, todas as ciências, bem como o arado, as roupas, os sistemas de saneamento, os exames médicos, os nomes de pessoas e o alfinete de segurança. Tudo o que nossa inteligência produz pode ser considerado tecnologia.
Parece estranho que um soneto de Shakespeare ou uma fuga de Bach sejam colocados no mesmo plano de coisas como a bomba nuclear ou o walkman? Mas, se 1 000 linhas de letras são uma tecnologia (como o código de uma página HTML, usado para veicular textos e imagens na internet), então1 000 linhas de letras em inglês (Hamlet) também devem ser. Não é possível separar o que é tecnologia tanto no livro como no filme O Senhor dos Anéis. A versão literária do romance original é tão tecnológica, no sentido estrito da palavra, quanto a versão digital das criaturas e dos lugares fantásticos expostos na tela. Ambas são obras da imaginação humana. Ambas afetam o público de forma poderosa.
A tecnologia, portanto, pode ser considerada um tipo de pensamento – um pensamento expresso. Seria possível encarar o elaborado sistema legislativo que norteia as sociedades ocidentais como uma variedade de software. Trata-se de um código, um conjunto complexo de regras, mas que funciona com suporte no papel, não em um computador. Tanto o código do sistema legislativo quanto o de um software são manifestações do pensamento humano.
Muitas pessoas se perguntam como a tecnologia pode tornar o homem melhor. Simples: da mesma maneira que a tecnologia das leis torna os homens melhores. Um sistema legal nos mantém responsáveis, estimula o senso de justiça, contém impulsos indesejados, alimenta a confiança, e assim por diante. Há, contudo, leis boas e más, e alguns sistemas legislativos (tecnologias legais) são melhores do que outros. A resposta correta a uma má legislação não é ausência de legislação. É, sim, uma legislação melhor. A resposta correta a uma idéia ruim não é parar de pensar. É uma idéia melhor. A resposta correta a uma tecnologia ruim não é parar a tecnologia. É uma tecnologia melhor. Pelos meus cálculos, a soma total das tecnologias é igual à civilização. Civilização é tecnologia. Tecnologia é a obra cumulativa agregada da imaginação e da invenção humanas.
Mas qual é a contribuição que a tecnologia realmente nos dá? O avanço proporcionado por ela nem sempre é evidente e perceptível. Todo pensamento pode ser subvertido. Nesse sentido, toda tecnologia pode ser vítima de abusos. Além do mais, todas as soluções que a tecnologia oferece trazem também novos problemas. Mas é preciso observar que, em última instância, a tecnologia amplia as nossas possibilidades de escolha. Em geral, uma tecnologia apresenta aos seres humanos outra maneira de pensar sobre algo. Cada invenção permite outra forma de ver a vida. Cada ferramenta, material ou mídia adicional que inventamos oferece à humanidade uma nova maneira de expressar nossos sentimentos e outra forma de testar a verdade. À medida que novas maneiras de expressar a condição humana são criadas, amplia-se o conjunto de pessoas que podem encontrar seu lugar único no mundo.
A tecnologia nos proporciona escolhas. Assim, sua principal contribuição está expressa nas possibilidades, nas oportunidades e na diversidade de idéias. Sem ela, temos muito pouco disso. Nosso trabalho coletivo é substituir tecnologias que limitam nosso poder de escolha por aquelas que o ampliam. O telefone, por exemplo, é uma tecnologia que amplia continuamente as oportunidades – e fecha muito poucas. O DDT (composição química usada como inseticida) é uma tecnologia que abre importantes possibilidades, mas restringe algumas outras. A engenharia genética inaugura um vasto terreno de escolhas, mas seu potencial para restringir muitas outras é amplo e incerto.
A tecnologia pode tornar uma pessoa melhor? Sim, mas somente se oferecer a ela novas oportunidades. Oportunidade de obter excelência com a mistura única de talentos com que nasceu. Oportunidade de encontrar novas idéias e novas mentes. Oportunidade de ser diferente de seus pais. Oportunidade de criar algo. Serei o primeiro a acrescentar que, isoladas – sem nada em torno delas –, essas oportunidades são insuficientes para produzir a felicidade. A escolha funciona melhor quando há valores para guiá-la. De qualquer forma, considero que a tecnologia é necessária para o aprimoramento humano, da mesma maneira que a civilização. O mundo da tecnologia e a civilização são a mesma coisa.
Um subconjunto especial de seres humanos pensa de forma diferente. Avista o caminho para o aprimoramento no conjunto limitado de opções existente, digamos, na cela de um mosteiro, na caverna de um ermitão ou nas possibilidades deliberadamente restritas de um guru errante. Mas a maioria das pessoas, em quase todos os momentos na história, vê o estoque acumulado de possibilidades em uma civilização como algo que as torna melhores. É por essa razão que fundamos a civilização/tecnologia. É por essa razão que temos cidades e bibliotecas. Elas produzem escolhas. Essa é a grande contribuição da tecnologia: abrir possibilidades – em montanhas sempre maiores de diversidade. Como a própria vida biológica (apesar de seus muitos horrores), acredito que a criação de novas possibilidades representa um bem inequívoco para todos nós.

AFP
"Tecnologia é tudo aquilo que criamos: literatura, pintura, música, bibliotecas, as leis, e assim por diante. Os milhares de letras de um código de computador e os milhares de letras de uma obra de Shakespeare são ambos formas de tecnologia"

* Kevin Kelly, um dos fundadores da revista Wired, escreveu vários livros sobre tecnologia, entre eles Novas Regras para uma Nova Economia, publicado em português. Este ensaio foi publicado originalmente em seu blog para discussão pública antes de aparecer em forma de livro.

PROJETO PEDAGÓGICO 2010 - CONEXÃO CARMELA - II

Tecnologia: Buscando
uma definição para o
conceito

Estéfano Vizconde Veraszto
Universidade Estadual de Campinas São Paulo, Brasil
Associação Assistencial e Educacional Santa Lúcia, Moji Mirim, São Paulo, Brasil
estefanovv@gmail.br
Dirceu da Silva
Universidade Estadual de Campinas, São Paulo, Brasil.
dirceu@unicamp.br
Nonato Assis de Miranda
Universidade Paulista – São Paulo-Brasil, São Paulo, Brasil.
mirandanonato@uol.com.br
Fernanda Oliveira Simon
Universidade Estadual de Campinas, São Paulo, Brasil.
Faculdade Comunitária de Campinas IV, São Paulo, Brasil.
fersimon@uol.com.br



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Temos ainda que considerar que a tecnologia é concebida em função de novas demandas e exigências sociais e acaba modificando todo um conjunto de costumes e valores e, por fim, agrega-se à cultura. E, apesar de fazer parte dos artefatos e dos produtos que nos cercam, a tecnologia é o conhecimento que está por trás desse artefato, não apenas o resultado e o produto, mas a concepção e a criação (SILVA et al, 2000). E isso envolve muito mais elementos sócio-culturais do que se possa imaginar. O que diferencia substancialmente a espécie humana do restante dos seres vivos é a sua capacidade para criar esquemas de ação sistemáticos e representacionais, aperfeiçoá-los, ensiná-los, aprendê-los e transferi-los para grupos distantes no espaço e no tempo, com o objetivo de avaliar os fatores prós e os contra, para assim poder tomar decisões de conveniência que irão apontar qual direção se deve seguir.
E isso não se aplica somente à capacidade de desenvolver utensílios, aparelhos, ferramentas, etc, mas também a capacidade de desenvolver as tecnologias simbólicas (ou tecnologias da inteligência segundo Lévy, 1993) como a linguagem, a escrita e os mais diferentes sistemas de representação e de pensamento. Neste sentido podemos dizer que a tecnologia é uma produção basicamente humana. (SANCHO, 1998).
Não se deve reduzir a tecnologia a nenhuma visão limitante visto que a mesma não é um ator autônomo, separado da sociedade e da cultura. Muito pelo contrário. Tanto as técnicas como as tecnologias abrangem de maneira indissolúvel, interações entre pessoas vivas e pensantes, entre entidades materiais e artificiais e, ainda, entre idéias e representações (LÉVY, 1999).
Cada sociedade cria, recria, pensa, repensa, deseja e age sobre o mundo através da tecnologia e de outros sistemas simbólicos. A tecnologia é impensável sem admitir a relação entre o homem e a sociedade (LION, 1997).
O desenvolvimento de novas tecnologias sejam elas produtos, artefatos ou sistemas de informação e comunicação, constitui um dos fatores-chave para compreender e explicar todas as transformações que se processam em nossa sociedade. E, desta maneira, podemos dizer que a tecnologia está intrinsecamente associada aos valores humanos (LAYTON, 1988).
Em sua totalidade, a tecnologia abrange não somente os produtos artificiais fabricados pela humanidade, assim como os processos de produção, envolvendo máquinas e recursos necessários em um sistema sócio-técnico de fabricação. Além disso, engloba também as metodologias, as competências, as capacidades e os conhecimentos necessários para realizar tarefas produtivas, além é claro, do próprio uso dos produtos colocados dentro do contexto sócio-cultural (ACEVEDO DÍAZ, 1996). Sendo assim, não podemos dizer que a tecnologia determina a sociedade ou a cultura dos homens. As verdadeiras relações não são criadas entre a tecnologia (que seria da ordem da causa) e a cultura (que sofreria os efeitos), mas sim entre um grande número de atores humanos que inventam, produzem, utilizam e interpretam de diferentes formas as técnicas, tecnologias e também, a ciência.
A tecnologia, uma vez colocada à disposição da sociedade ou do mercado, passa a ter seu valor determinado pela forma como vai ser adquirida e usada, e quem define esse valor (de bem ou de consumo) é a própria sociedade em desenvolvimento. (COLOMBO & BAZZO, 2002). Sendo o desenvolvimento um elemento dentro de uma cultura, a tecnologia se torna produto da sociedade que a cria. Daí o fato de que, ao ser importada, ela pode levar a uma dominação cultural, pois trás consigo valores de avaliação e eficiência criados em outra sociedade.
Na medida em que muda padrões, a tecnologia também cria novas rotas de desenvolvimento. Portanto, trabalhar com tecnologia é trabalhar com algo dinâmico. O que hoje é ponta, amanhã é obsoleto, exigindo novos procedimentos, conceitos e atitudes para inovar. A tecnologia faz parte do acervo cultural de um povo, por isso existe na forma de conhecimento acumulado, e por essa mesma razão está em contínua produção. A tecnologia em si constitui-se, portanto, como uma forma de conhecimento e todas as tecnologias são produtos de todas as formas de conhecimento humano produzidas ao longo da história (VERASZTO et al,2003a, 2003b, 2004).
Assim, colocadas as diferentes idéias e concepções que se tem acerca da tecnologia, neste trabalho assumimos a idéia de que tecnologia é um conjunto de saberes inerentes ao desenvolvimento e concepção dos instrumentos (artefatos, sistemas, processos e ambientes) criados pelo homem através da história para satisfazer suas necessidades e requerimentos pessoais e coletivos.
O conhecimento tecnológico é o conhecimento de como fazer, saber fazer e improvisar soluções, e não apenas um conhecimento generalizado embasado cientificamente. Para a tecnologia é preciso conhecer aquilo que é necessário para solucionar problemas práticos (saber fazer para quê), e assim, desenvolver artefatos que serão usados, mas sem deixar de lado todo o aspecto sócio-cultural em que o problema está inserido (LAYTON, 1988).
6. Considerações finais
Diante de tudo o que abordamos até aqui, podemos concluir que a tecnologia engloba tanto seu aspecto cultural, que inclui metas, valores e códigos éticos, assim como possui um aspecto organizacional, que abrange a economia e as atividades industriais, profissionais, além dos usuários e dos consumidores (PACEY, 1983 apud LAYTON, 1988). A tecnologia não é uma mercadoria que se compra e se vende, é um saber que se adquire pela educação teórica e prática, e, principalmente, pela pesquisa tecnológica (VARGAS, 2001). Em resumo, este breve panorama sobre as concepções da tecnologia permite evidenciar alguns pontos recorrentes e talvez imprescindíveis em uma concepção ampla de tecnologia.
Homem, cultura, saberes e necessidades, trabalho e instrumentos, se encontram de alguma maneira mencionados na concepção da tecnologia, onde a invenção é um fator chave e a criatividade corresponde a uma atividade tanto individual com social (ACEVEDO, 1998).Seria plausível afirmar, em um sentido mais amplo, que existem tantas tecnologias específicas quantos são os tipos de problemas a serem resolvidos, ou mais, se considerarmos que cada problema apresenta mais de uma solução possível. Poderíamos dizer que a tecnologia abrange um conjunto organizado e sistematizado de diferentes conhecimentos, científicos, empíricos e intuitivos. Sendo assim, possibilita a reconstrução constante do espaço das relações humanas.

PROJETO PEDAGÓGICO 2010 - CONEXÃO CARMELA - I

Arte e Tecnologia na Educação

Considero imprescindível nos dias atuais um re-pensar os métodos aplicados na educação nessa sociedade pós-moderna, onde a tecnologia faz parte do dia-a-dia de professores e principalmente alunos. Sabemos, porém, que na grande maioria das escolas professores ainda agem como seres que trazem o conhecimento àqueles que estão ali somente para recebê-lo. Acredito que a falta de preparação do professor para usar os recursos tecnológicos disponíveis é o grande agravante da não prática das tecnologias em sala de aula.

O professor tem sede de conhecimento, necessita de cursos de reciclagem, contato com as tecnologias e arte para aprender a aprender pensar em educar usando os recursos tecnológicos disponíveis. Sabemos que grande parte das escolas não possui nem sequer um aparelho de DVD ou CD player, mas sabemos também que as que possuem inclusive laboratórios de informática. Esses espaços vivem no esquecimento. Alguns professores olham para sala de informática como se fosse um alienígena. Essa reação é fruto do despreparo e da época em que esses professores foram educados e formados, isso reforça a importância de reciclar conhecimentos sempre.

Através da arte podemos encontrar formas de fazer nossos alunos interagirem de forma mais sedutora e curiosa com os assuntos que desejamos ensinar. Ensinar usando a arte como instrumento sempre pode geram bons resultados. Os adolescentes possuem hoje uma carga imensa de informações, mas não conseguem organizá-las, esse é o memento em que entra o professor como o mediador de todo esse conhecimento. Podemos trabalhar, por exemplo, a descrição através de um quadro de Dali ou outro artista qualquer, podemos usar a internet para fazer uma viagem cultural em todas as disciplinas, despertar a sede de cultura nos nossos alunos é uma tarefa de extrema importância, eu diria que é uma missão, provocar a curiosidade, proporcionar organização de informações, usar o que esses alunos sabem para mostrarmos que podemos somar conhecimento e sabedoria.

Os projetos de visitas a museus e exposições devem ser frequentes e de uma forma responsável, levar anteriormente para a sala de aula informações que desperte a vontade do educando de experimentar o novo.

Nós, educadores desse presente repleto de tecnologias, precisamos experimentar todos os recursos que estiverem disponíveis, criar, inventar, re-inventar a forma de ensinar, fazendo do ambiente escolar um espaço onde o aluno sinta-se evoluindo a cada dia, e cada um desses dias seja um novo acontecimento, uma nova descoberta para o mundo pós-moderno impregnado de tecnologias.

Maria Júlia Pontes
Graduada em Letras, Pós-graduada em Língua Portuguesa e Literatura Brasileira. Poetisa. Autora do Livro: Língua-Expressões Poéticas, THS Editora, 2008.